Muito além de roupas e documentos: resiliência, coragem, vontade e muita força – são esses os sentimentos que os migrantes trazem em suas malas. O Programa Jovens Transformadores (Young Changemakers), agora no âmbito do Desafio JuntosEsMejor, é financiado por USAID e BID, trabalha com a formação e integração cidadã e empreendedora de Brasileiros e Venezuelanos, em Manaus, Brasília e São Paulo, que buscam novas oportunidades para si e suas famílias.

O Instituto Terroá pediu o depoimento de uma das jovens que compõem o grupo da cidade de São Paulo, Eliezka Enmaely Garcia Soto, que contou sobre sua trajetória de migração e seu encontro com o Programa Jovens Transformadores. Em um relato cheio de sentimentos, afeto e companheirismo, a jornalista nos contou sobre o seu processo de migração:

“Cheguei ao Brasil porque assim foi decidido. Eu podia continuar morando na Venezuela, trabalhando como jornalista e dançando. Nesse momento eu ainda podia decidir continuar, mas na minha cabeça e no meu coração, sabia que devia partir.”

Mudar de país é um enorme desafio, no processo o migrante se depara com muitas adversidades que precisam ser superadas. “Estamos no meio do desconhecido, no meu caso, nem o idioma conseguia eu falar. Se não for graças ao trabalho de muitas ONG’s e seus projetos dirigidos à população imigrante, não teríamos corrido nem a metade do caminho”, conta Eliezka.

Apesar das dificuldades, muitos grupos da sociedade civil, organizações sem fins lucrativos, grupos religiosos e instituições se dedicam a facilitar esse processo. “São muitas mãos amigas que têm nos ajudado em diversos aspectos: o idioma, documentação, trabalho, qualificação”, completa a jovem. Uma dessas instituições é  o Instituto Terroá, o qual Eliezka teve a oportunidade de conhecer.

“No dia 20 de outubro, do que parecia ser o pior ano da vida, recebi um contato que mudaria minha percepção desse 2020.  Um grupo de pessoas estava trabalhando num projeto que permitiria a venezuelanos e brasileiros se unirem e trocarem experiências, percepções, sonhos e ideias para o futuro. O Programa Jovens Transformadores veio a mim para reviver aquela faísca que tinha se apagado dentro de tanta doença, desesperança e solidão.”

A jovem foi uma das selecionadas para o Programa Jovens Transformadores, para integrar um grupo formado por jovens brasileiros e venezuelanos, entre 18 e 30 anos, que buscam criar novas oportunidades, trajetórias e projetos para o crescimento individual e coletivo.  Nos grupos são trabalhados temas como direitos humanos, direitos das mulheres, empreendedorismo, empregabilidade, cidadania e inteligência socioemocional.

“O melhor desta experiência é poder fazer esse intercâmbio cultural entre venezuelanos e brasileiros, e descobrir que, embora tenhamos diferentes origens, somos parecidos na percepção do mundo, nas nossas vontades de lutar e de construir uma sociedade melhor.” relata a jovem.

Uma das maiores motivações de Elieska é a sensação de poder mudar os rumos da própria história e cooperar para a construção de um mundo melhor de forma colaborativa e integrada.  Esse desejo vai ao encontro com os valores do Programa Jovens Transformadores e de sua metodologia criada em 2013, ao aplicar ferramentas, inteligências e métodos que potencializam as competências cognitivas, socioemocionais e comportamentais dos jovens, para que construam seus projetos de vida enquanto transbordam impactos positivos para a sociedade.

 O projeto segue ao longo de 2021, e além dos conteúdos trabalhados, fomentará a cocriação de projetos de transformação – cidadãos e empreendedores. Terminará com um pequeno apoio financeiro, financiado pelo JuntosEsMejor, aos projetos selecionados em painel de avaliação, que terão os seus planos de implementação construídos com o apoio da equipa do Terroá e vários mentores.

 

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