Tecnologias sociais compreendem produtos, técnicas ou metodologias não apenas efetivas, reaplicáveis e adaptáveis a diferentes realidades, mas que ofereçam soluções de transformação social em interação com as comunidades onde são implantadas. Aliando saber popular, organização social e conhecimento técnico-científico, tais vetores de mudança orientam-se pelos princípios de autogestão, protagonismo social, respeito cultural, cuidado ambiental e solidariedade econômica. 

Desde 2001, a Fundação Banco do Brasil busca fomentar o desenvolvimento e a replicação de tecnologias sociais através do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, reconhecimento de práticas bem-sucedidas de transformação social que seleciona e certifica iniciativas implementadas em todo o país por meio de um criterioso processo de seleção. As inscrições são abertas, a cada dois anos, a instituições de ensino e pesquisa, fundações, cooperativas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou privado legalmente constituídos no Brasil. 

A 11ª edição do Prêmio, realizada este ano, trouxe ao Instituto Terroá a certificação de mais duas de suas tecnologias sociais: a Régua de Desenvolvimento Territorial Sustentável (RDTS) e a Tecnologia Social para a Incubação de Empreendimentos Econômicos – Co-Labora. As duas tecnologias, desenvolvidas e aplicadas pelo Terroá em diferentes projetos nos últimos anos, estão entre as 59 iniciativas certificadas pela Fundação BB nesta edição do Prêmio, de um total de 451 inscrições recebidas das cinco regiões do país.

Com a certificação, a RDTS e a Co-Labora juntam-se ao Programa Jovens Transformadores (PJT), tecnologia social desenvolvida pelo Instituto Terroá e certificada desde 2017 na categoria “Educação para o Futuro”, e passam a integrar a rede Transforma!, acervo digital criado pela Fundação BB que reúne mais de 600 metodologias reconhecidas por promoverem a solução de problemas socioambientais presentes em comunidades brasileiras.  

Para Daniel Bellissimo, diretor institucional do Instituto Terroá, “certificar nossas tecnologias sociais com a Fundação BB é demonstrar para a sociedade o valor das nossas metodologias de trabalho, que não apenas promovem o desenvolvimento territorial sustentável, mas também fomentam cadeias de valor inclusivas, formam lideranças e contribuem para o fortalecimento da democracia e da gestão pública. Elas são conjuntos sistematizados de métodos, ferramentas, técnicas e abordagens que podem ser replicados em diversos territórios, urbanos e rurais, para apoiar e promover o desenvolvimento sustentável, localizando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a nível territorial e regional”. 

Luís Fernando Iozzi, diretor de projetos do Terroá, avalia ser “fundamental sistematizar aprendizados a partir de nossas atuações junto a territórios e comunidades. Assim, temos a motivação constante de reconhecer potenciais tecnologias sociais próprias e, a partir daí, desenvolvê-las com base em práticas de baixo custo, fácil replicabilidade e alto impacto socioambiental”. A RDTS, uma das tecnologias certificadas nesta edição do Prêmio, ilustra esse esforço, segundo Luís Fernando: “Este é o caso, por exemplo, da Régua de Desenvolvimento Territorial Sustentável, desenvolvida a partir da sistematização de experiências de trabalho em territórios onde dados fundamentais para a compreensão da realidade local não estavam disponíveis, acarretando uma série de desafios ao desenvolvimento e às condições de vida das famílias ali residentes”.  

Da mesma forma, a certificação da tecnologia de incubação de empreendimentos Co-Labora representa um passo importante na trajetória do Instituto: “A certificação da Co-Labora é celebrada por nós como um marco de reconhecimento. Reconhecimento de um trabalho de mais de sete anos em parceria com a Co-Labora ITES (Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Sociais e Solidários), da USP campus Ribeirão Preto, pela qual já incubamos, formamos ou assessoramos mais de 15 empreendimentos no período, entre grupos e empreendimentos de costureiras, artesanato, cultura, feiras, produtores da agricultura familiar, reciclagem e sociobiodiversidade”, afirma Daniel Bellissimo. 

Conheça as tecnologias sociais do Instituto Terroá certificadas pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2021
  • Régua De Desenvolvimento Territorial Sustentável (RDTS), desenvolvida e aplicada pelo Instituto Terroá na frente de “Facilitação para o Desenvolvimento Territorial Sustentável” e certificada na categoria “Cidades Sustentáveis” pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2021. 

 

 

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