Roda de Conversa organizada pelo Instituto Terroá, por meio do Diálogos Pró-Açaí, reuniu associações, cooperativas, empresas, universidades e terceiro setor em busca de sinergias.

Cerca de 40 pessoas participaram da roda de conversa “Diálogos Pró-Açaí, Cooperativas e Associações: construindo agendas em comum”, com o objetivo de compreender os desafios e as potencialidades das organizações que atuam na cadeia do açaí para alcançar uma produção justa e sustentável do fruto. Empresas e iniciativas do terceiro setor também estiveram presentes e contribuíram para identificar sinergias entre os diferentes atores e possibilidades de construção de uma agenda conjunta.

Para contribuir com as discussões foram convidados representantes de cooperativas e associações que fazem parte da iniciativa Diálogos Pró-Açaí. De acordo com Renata Guerreiro, coordenadora de projetos do Instituto Terroá e mediadora do encontro,  as organizações convidadas contemplaram três estados: Pará, Rondônia e Amapá. “Vale ressaltar que algumas cooperativas e associações confirmadas não conseguiram participar do encontro, dadas as dificuldades de acesso e a instabilidade da conexão à Internet”, lembrou.

A Roda de Conversa permitiu a troca de aprendizados entre os participantes, assim como um olhar atento às problemáticas apresentadas pelos empreendimentos comunitários envolvidos com a produção do açaí na região amazônica. Nas intervenções, os debatedores buscavam responder perguntas norteadoras sobre os principais desafios enfrentados pela organização e os avanços recentes, assim como apontar quais relações de parcerias estão privilegiando para a produção e a comercialização do açaí no território e as articulações já existentes.

Sementes do Marajó, Associação dos Moradores e Produtores Rurais Nazarezinho do Meruú (Amprunam), Cooperativa Agropecuária dos Produtores Rurais de Meruú (Cooaprime), Cofruta, Coopprojirau e Projeto RECA foram as instituições representadas no encontro.

Debates

Entre as temáticas centrais do diálogo estiveram temas como: os aspectos físico-químicos e a agregação de valor ao açaí; manejo de açaí; assistência técnica e extensão rural; relação entre cooperativas e empresas/mercado; serviços ambientais; e aspectos fitossanitários.

Os presentes no evento foram convidados a apontar desafios da cadeia que precisam ser superados e quais articulações ainda são necessárias para o desenvolvimento de cooperativas extrativistas de açaí. Os participantes afirmaram que é fundamental fortalecer os negócios comunitários e garantir o acesso ao crédito público e a mercados certificados. 

Na pauta do encontro, surgiu também a proposta de incentivar a obtenção de informações químicas sobre o açaí, pois estas podem agregar mais valor, assim como apoiar estudos de designação de origem, controle de quali

dade e otimização de processos. Como demanda para o setor, as cooperativas apontaram que é fundamental pensar em alternativas de colheitas do fruto, no campo técnico; já no campo das relações, os participantes acreditam que é preciso avançar na relação contratual entre as empresas e as cooperativas, visto que ainda se observa o não cumprimento do estabelecido nos contratos firmados.

A roda de conversa foi, ainda, o espaço para que o setor apresentasse a necessidade de maior engajamento das cooperativas/associações no programa de Rotas de Integração Nacional. A certificação do açaí também esteve em pauta, os presentes pediram comunicação mais eficiente sobre a produção do açaí certificado, e também o  levantamento dos desafios e vantagens relacionados aos processos de produção e certificação.

As experiências e temas compartilhados durante a Roda de Conversa constituirão a base para outras ações no âmbito da iniciativa Diálogos Pró-Açaí voltadas para o fortalecimento do cooperativismo e associativismo em prol do desenvolvimento justo e sustentável da cadeia de valor do fruto.

O evento foi uma realização do Instituto Terroá e da iniciativa Diálogos Pró-Açaí, com o apoio do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, implementado no âmbito da parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

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