Com a conquista de mais uma certificação FSC®, a Cooperativa dos Produtores Agroestrativistas do Bailique (AmazonBai) diferencia ainda mais sua produção de açaí e o território em que está inserida. Além das certificações de manejo florestal e cadeia de custódia, conta também com a certificação FSC® de Serviços Ecossistêmicos. O empreendimento está situado no arquipélago do Bailique, um conjunto de oito ilhas, no leste do estado brasileiro do Amapá. Podemos entender por “serviços ecossistêmicos” os bens e serviços produzidos pelos ambientes naturais e que possuem o ser humano como beneficiário. Por exemplo, ao invés de darmos valor apenas aos recursos que podem ser extraídos da floresta – como a madeira ou o açaí –, a ideia é que a floresta conservada também é capaz de fornecer benefícios à sociedade e ao planeta como um todo. Alguns exemplos de serviços ecossistêmicos são: fornecimento de água à população, presença de biodiversidade local e recursos genéticos, manutenção microclimática da região etc.

Com o objetivo de adicionar valor a seu açaí, a Amazonbai foi em busca de certificações que traduzissem os esforços aplicados para uma produção e colheita sustentáveis do produto. Desde 2016 os produtores já contam com certificação FSC® de manejo florestal e, mais recentemente, no ano passado, com a certificação FSC® de cadeia de custódia. No entanto, o novo selo obtido permite não só atestar o manejo sustentável como também qualificar quais serviços ecossistêmicos são produzidos e/ou beneficiados por este manejo. Neste caso específico, a AmazonBai escolheu verificar dois serviços ecossistêmicos: sequestro de carbono e biodiversidade. Assim, foi possível definir a quantidade de carbono sequestrada pelos açaizais manejados pelos comunitários e quais as espécies encontradas nesses mesmos ambientes.

O Instituto Terroá tem apoiado o projeto de desenvolvimento territorial do Bailique desde 2018 – com a aplicação da escala de maturidade no ano passado (veja aqui a matéria) – e também contribuiu para que essa nova certificação fosse alcançada. Por meio de tecnologias de Sistema de Informação Geográfica, mapeamento da região e assessoria especializada aos técnicos da Amazonbai, foi possível realizar os procedimentos e cálculos necessários para obtenção da certificação.

A expectativa como esse novo selo é que o mercado consiga reconhecer o valor desses serviços ecossistêmicos, contribuindo para o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável, em uma escala mais ampla, e para o desenvolvimento local das comunidades do Bailique.

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